quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tomar - Igreja de S. João e Corredoura fins Séc. XIX


Eugène Lefévre-Pontalis (1862-1923).
Historiador, arqueólogo e fotógrafo francês. Diversos trabalhos deste estudioso da Idade Média e da sua arquitectura foram realizados na Galiza.
Talvez numa dessas viagens, veio a Portugal e passou por Tomar no final do século XIX. É dele esta magnífica fotografia da Corredoura.


Logo de seguida foi até à praça da República, então chamada D. Manuel I, fotografar a igreja de S. João.
Repara nas duas janelas que se vêm na fachada, com arcos em ogiva, a imitar estilo gótico. Foram abertas, em 1875, para dar mais luz à igreja, mas no princípio do século XX voltaram a ser retiradas.


Nesta fotografia um pouco mais antiga (1872), tirada por A. Silva Magalhães, vemos a igreja ainda sem as janelas, tal como nós a conhecemos hoje.


Créditos da 1ª e 2ª fotografias - Sociedade Francesa de Arqueologia e Ministério da Cultura (França)

As Cheias do Nabão


Cheia de 1909. Fotografia de Mário Silva Magalhães.
Ao longo dos séculos o Nabão registou algumas cheias violentas que causaram grandes estragos, principalmente na cidade.


Procurando com atenção, junto à ponte Velha podemos encontrar a memória de antigas cheias. Na esquina do restaurante Bela Vista podemos ver o nível que as águas atingiram durante a inundação de 1852...


... mais exactamente, no dia 19 de Novembro de 1852.


Farmácia Torres Pinheiro, Corredoura.
Observando a cantaria do lado esquerdo, encontramos o testemunho de outra cheia.


Esta inundação aconteceu em Dezembro de 1909.


Cheia de 1909. Fotografia de Mário Silva Magalhães.
Nesta imagem vemos as águas do rio a invadirem a Corredoura. É a recordação deste momento que podemos ver na cantaria da Farmácia Pinheiro.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Evolução da cidade medieval


A vila nasceu dentro do castelo, na Almedina (século XII).
Quando cresceu e deixou de caber dentro das muralhas, Tomar estendeu-se pela margem direita, entre o rio e o monte do castelo.


O castelo ligava-se à vila por dois caminhos (linhas a branco).
Da porta do Sol partia a calçada de Santiago que vinha dar ao cimo da Corredoura, actual praça da República.
Da porta de Almedina saía o caminho da Riba Fria, assim chamado por acompanhar uma ribeira com esse nome. Vinha sair ao cimo da rua da Graça, junto da actual entrada para a Mata Nacional dos Sete Montes.


Quando a vila já não cabia dentro das muralhas estendeu-se pela base do monte, onde terminavam os dois caminhos que vinham do castelo. Surgiram assim as ruas do Pé da Costa de Cima e de Baixo.
O nome destas ruas é derivado de terem nascido no (so)Pé da (en)Costa, ou seja, no sopé do monte.


A cidade dos Templários continuou a crescer (séculos XII-XIII).
Junto aos caminhos que vinham do castelo começavam duas ruas, a Corredoura e a rua da Graça (actual Cândido Madureira), sempre em linha recta em direcção ao rio.
Estas ruas eram unidas por outras duas, formando um quadrado, a rua Direita da Várzea Grande (actual Infantaria 15) e a dos Moínhos


O infante D. Henrique (século XV) mandou realizar obras para regularizar o curso do Nabão, afundando o leito do rio junto ao Mouchão.
Os terrenos dentro do triângulo amarelo, onde antes se estendiam as margens do rio, foram ocupados por novas construções.
A principal artéria desta parte da vila era a rua Direita da Várzea Pequena (actual Silva Magalhães), entre a Praça e a Várzea Pequena (Hotel dos Templários).


Também na Levada, junto aos moínhos e lagares d’El-Rei, as margens do Nabão se estendiam até à rua dos Moínhos.
Foi D. Manuel I (século XVI) quem transformou a Levada num autêntico canal. Para conter as águas do rio, o rei mandou erguer um muro e abrir um caminho (actual rua Everard).
Rapidamente, a vila ocupou este novo espaço.


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