sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Necrópole de Stª Maria do Olival


Os Templários edificaram Santa Maria do Olival, para servir de panteão aos Mestres da Ordem. Foram todos lá sepultados, a começar por Gualdim Pais.
Mesmo quando os cavaleiros do Templo se transformaram na Ordem de Cristo, os Mestres continuaram a ter aqui o seu túmulo.


Além dos Mestres, Templários ou de Cristo, outros defuntos eram sepultados no interior da igreja, como era comum na Idade Média. Este “privilégio” estava reservado às pessoas de condição social mais elevada.


Contudo era no exterior, no adro à volta da igreja e da torre, que eram sepultados os mortos de Tomar, desde o século XIII.


Devido à construção da ponte do Flecheiro e arranjo da zona envolvente, foram realizadas escavações arqueológicas numa área entre a igreja de Stª Maria e a margem do Nabão.

Clica aqui, para "visitares" a Necrópole.



Estes trabalhos desenvolveram-se entre Novembro de 2007 e Março de 2008.
No final, tinha sido encontrada a maior necrópole da Europa, estendendo-se por uma área de 6.500 metros quadrados, sendo estudados cerca de 3400 enterramentos.


Pelo espólio encontrado junto às sepulturas, moedas; cerâmica; alfinetes para atar as mortalhas; pregos; contas; terços; alguns brincos e anéis, os enterramentos terão sido realizados entre os séculos XIII e XVI.


Além de se estender da igreja até ao rio, a necrópole envolvia o próprio templo.


Junto à igreja, algumas sepulturas são mais cuidadas, pertenciam às pessoas mais ricas e poderosas. Quanto mais longe do templo, menor era a importância do defunto, a maior parte das vezes enterrado numa simples cova.


Estas sepulturas eram limitadas por placas de pedra ou antropomórficas (com a forma do corpo escavada na pedra).


Ainda em finais do século XIX, havia à volta de Santa Maria muitas estelas funerárias de sepulturas do século XIII.
Hoje estão guardadas no Convento, no claustro da Lavagem, e formam uma das maiores colecções deste tipo que há em Portugal.


Como se pode ver, alguns esqueletos encontravam-se a pouquíssima profundidade. Também se pode observar o extremo cuidado com que trabalham os arqueólogos, registando todos os achados feitos em dada quadrícula.


Todos os ossos recolhidos foram encaminhados para a Universidade de Évora, estando à guarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).

1 comentário:

  1. Excelente.
    Ainda que considere questionável a recolha das ossadas. Para quê? Não tem o local a dignidade natural escolhida por quem ali escolheu o repouso eterno? Não seria uma «amostra» suficiente?
    Urge reflectir na necessária humanização deste tipo de achado. Depósito de vidas antigas.
    O levantamento e a preservação do espólio encontrado merece uma «lágrima».
    Uma vela bastaria...
    Abraço

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